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A região do Norte Araguaia vive um grande momento
de expansão econômica, e também vive um momento de desafio, pois falta mão de
obra capacitada principalmente no campo. De acordo com o Presidente do
Sindicato Rural de Porto Alegre do Norte Edio Brunetta que é um dos pioneiros
no plantio de soja na região, a expansão das áreas de lavouras está trazendo
também diversos problemas a tona entre eles a falta de mão de obra.
Édio Brunetta que foi o entrevistado desta
terça-feira no Jornal Agência da Notícia falou sobre o problema e salientou que
o estado está caminhado para um colapso com a falta de mão de obra. “Nós
vivemos uma situação de calamidade, no Sindicato Rural de Porto Alegre do Norte
por exemplo, nós dobramos os cursos profissionalizantes e de capacitação para
operadores de colhedeiras, tratores, aplicadores de veneno assim como outras
áreas voltadas para o campo, é preciso investir urgentemente em capacitação”,
alertou Brunetta.
Ainda segundo o agropecuarista que também é
engenheiro agrônomo, a região do Norte Araguaia que é tida como a última
fronteira agricola do Brasil com mais de 3 milhões de hectares prontos para
serem transformados em áreas para plantio, deve aumentar em 100 mil
hectares a área de plantio para a safra 2012/2013 um número que assusta em
novas vagas para empregos. Segundo Édio, para cada 100 mil hectares aberto são
gerados cerca de 3.500 novas vagas, entre operadores, serviços gerais,
mecânicos, cozinheiras entre outras funções. “Não vai ter como expandir se não
tivermos mão de obra, exemplo disso é um produtor amigo meu que comprou uma
colhedeira avaliada em cerca de R$ 700 mil e a maquina não trabalhou na última
safra justamente por falta de mão de obra, ele não tinha operador”, lembrou
Édio.
Uma das alternativas, que inclusive esta sendo
usada na fazenda do Grupo Itaquere do qual Édio Brunetta faz parte, é incluir
mulheres no trabalho de campo. “Hoje os tratores, colhedeiras são todas
praticamente computadorizadas, então o trabalho que antes era pesado, hoje é
mais tranquilo e com isso estamos fazendo essa inclusão das mulheres no campo,
e posso dizer que elas estão se saindo bem”, observou Brunetta.
Édio contou que na fazenda Piraguassu em Porto
Alegre do Norte estão abertas 18 vagas para operadores com salário que podem
chegar até R$ 3 mil, mesmo assim está difícil para preencher as vagas. “Os
salários são relativamente bons, as condições de trabalhos são boas, mas
infelizmente não estamos conseguindo preencher as vagas, isso está gerando um
problema não só pra mim, mas para toda a região”, destacou.
O Mato Grosso está aumentando 12% o tamanho da área
plantada, isso significa que mais vagas de empregos estão surgindo no campo,
porem não há investimentos na qualificação profissional. “Nós vivemos um
momento complicado, ao mesmo tempo que expandimos precisamos de gente para
trabalhar que é fundamental, e é preciso ações emergenciais como cursos de
capacitação para que possamos incluir novas pessoas no mercado de trabalho,
estamos vivendo um momento econômico bom, tanto para o empregador quanto para o
empregado. E sentimos que a falta de mão de obra especialmente aqui no Araguaia
não é uma necessidade só do campo, nós precisamos de médicos, professores,
contadores, administradores, vendedores, enfim precisamos de gente com
qualificação para trabalhar em todos os setores”, observou Édio.
A entrevista realizada pela Jornalista Camila
Nalevaiko que aconteceu durante o Jornal Agência da Notícia desta terça-feira
(15), contou com a participação de diversos internautas do Norte Araguaia e
está disponível em áudio e vídeo, dividida em 4 partes no portal Agência da
Notícia ou nos links abaixo.
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