sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Norte Araguaia abre mais de 3.500 vagas para o campo com salários que variam de R$ 1 à 3 mil/mês



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A região do Norte Araguaia vive um grande momento de expansão econômica, e também vive um momento de desafio, pois falta mão de obra capacitada principalmente no campo. De acordo com o Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre do Norte Edio Brunetta que é um dos pioneiros no plantio de soja na região, a expansão das áreas de lavouras está trazendo também diversos problemas a tona entre eles a falta de mão de obra.
Édio Brunetta que foi o entrevistado desta terça-feira no Jornal Agência da Notícia falou sobre o problema e salientou que o estado está caminhado para um colapso com a falta de mão de obra. “Nós vivemos uma situação de calamidade, no Sindicato Rural de Porto Alegre do Norte por exemplo, nós dobramos os cursos profissionalizantes e de capacitação para operadores de colhedeiras, tratores, aplicadores de veneno assim como outras áreas voltadas para o campo, é preciso investir urgentemente em capacitação”, alertou Brunetta.
Ainda segundo o agropecuarista que também é engenheiro agrônomo, a região do Norte Araguaia que é tida como a última fronteira agricola do Brasil com mais de 3 milhões de hectares prontos para serem transformados em áreas para plantio,  deve aumentar em 100 mil hectares a área de plantio para a safra 2012/2013 um número que assusta em novas vagas para empregos. Segundo Édio, para cada 100 mil hectares aberto são gerados cerca de 3.500 novas vagas, entre operadores, serviços gerais, mecânicos, cozinheiras entre outras funções. “Não vai ter como expandir se não tivermos mão de obra, exemplo disso é um produtor amigo meu que comprou uma colhedeira avaliada em cerca de R$ 700 mil e a maquina não trabalhou na última safra justamente por falta de mão de obra, ele não tinha operador”, lembrou Édio.
Uma das alternativas, que inclusive esta sendo usada na fazenda do Grupo Itaquere do qual Édio Brunetta faz parte, é incluir mulheres no trabalho de campo. “Hoje os tratores, colhedeiras são todas praticamente computadorizadas, então o trabalho que antes era pesado, hoje é mais tranquilo e com isso estamos fazendo essa inclusão das mulheres no campo, e posso dizer que elas estão se saindo bem”, observou Brunetta.
Édio contou que na fazenda Piraguassu em Porto Alegre do Norte estão abertas 18 vagas para operadores com salário que podem chegar até R$ 3 mil, mesmo assim está difícil para preencher as vagas. “Os salários são relativamente bons, as condições de trabalhos são boas, mas infelizmente não estamos conseguindo preencher as vagas, isso está gerando um problema não só pra mim, mas para toda a região”, destacou.
O Mato Grosso está aumentando 12% o tamanho da área plantada, isso significa que mais vagas de empregos estão surgindo no campo, porem não há investimentos na qualificação profissional. “Nós vivemos um momento complicado, ao mesmo tempo que expandimos precisamos de gente para trabalhar que é fundamental, e é preciso ações emergenciais como cursos de capacitação para que possamos incluir novas pessoas no mercado de trabalho, estamos vivendo um momento econômico bom, tanto para o empregador quanto para o empregado. E sentimos que a falta de mão de obra especialmente aqui no Araguaia não é uma necessidade só do campo, nós precisamos de médicos, professores, contadores, administradores, vendedores, enfim precisamos de gente com qualificação para trabalhar em todos os setores”, observou Édio.
A entrevista realizada pela Jornalista Camila Nalevaiko que aconteceu durante o Jornal Agência da Notícia desta terça-feira (15), contou com a participação de diversos internautas do Norte Araguaia e está disponível em áudio e vídeo, dividida em 4 partes no portal Agência da Notícia ou nos links abaixo.